06 junho, 2007

CONTO – A LUA E O POETA


O frio era tanto à noite, que a lua se viu no risco de ficar congelada. Tentava pedir ao sol mais luz para aquecê-la,
mas ele estava muito longe, do outro lado do mundo. A lua não sabia o que fazer.
Já estava conformada que sua cor branca seria mais acentuada ainda, pois seria puro gelo.
Rogou a Deus um auxílio no seu último intento, mas já estava desconsolada.
Achava que sua sorte seria morrer congelada.
Então olha para a Terra em forma de despedida, achando que nunca mais iria poder iluminar a noite e se encontrar com as estrelas.
Mas quando olha mais detalhadamente para uma casa com varanda, vê um homem sentado ao lado de uma mesa.
Olhando mais atentamente, vê que ele está escrevendo e chorando ao mesmo tempo. O que será que ele está escrevendo?
Pensou a lua. Nisso ele se levanta e recita a poesia, olhando em direção ao céu:
Oh! Lua de esplendor invejável
O que seria de mim sem a tua presença
Pois o amor que pensei interminável
Agora jaz na mais pura ausência

Oh! Lua rainha do céu
És tu que me das força para seguir
Tua presença consola como o doce do mel
E tu me tiras o desejo de partir

A lua ouvindo aquilo pensou: “Tenho que fazer alguma coisa. O que será dos enamorados e dos poetas sem a minha presença?”
Juntou todas as forças, aspirou todo aquele ar frio que estava em sua volta, guardou um pouco em seu peito e soprou com toda a intensidade que pôde.
Aquele ar frio, com isso, tornou-se morno e ela pôde esperar o sol chegar para aquecer o céu novamente.
Quando o sol chegou, a lua já ia sumindo no céu, mas alcançaram trocar algumas palavras.
- Vim aquecer este lugar. Você deve ter passado muito frio aqui. Disse o sol
- É verdade, passei frio mesmo. Mas graças a um poeta inspirado, eu pude notar minha importância e não posso deixar o frio me congelar.
Você sol, dá a vida. Mas eu dou o romantismo e a inspiração para os corações se aquecerem.
Disse a lua feliz, pois agora compreendeu sua verdadeira importância.
E o dia chegou e chegou a hora da lua dormir neste lugar frio e acordar numa noite quente de verão, do outro lado do mundo e, quem sabe, inspirar outro poeta.

Deborah Douglas (pseudônimo Alma Collins)